As bromélias, os botânicos conhecem bem. São cerca de três mil espécies e a maior parte delas ocorre na mata atlântica. Agora os cientistas começam a desvendar o papel das bromélias na biodiversidade da fauna. “Elas retêm água da chuva, elas retêm matéria orgânica onde muitas espécies de animais podem se criar. E estudando melhor todo esse habitat que a bromélia oferece nós estamos entendendo melhor a nossa mata atlântica“, diz Josefina Steiner, bióloga da UFSC.
A coleta dos pesquisadores do Centro de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Catarina se concentra nas oito espécies de bromélias mais comuns em Florianópolis (SC).
Em quatro anos de trabalho, os pesquisadores já identificaram mais de 350 espécies de animais que, de alguma forma, dependem das bromélias para ter abrigo, alimento ou local de reprodução. “Essa bromélia produz uma flor que é perfeita para o bico do beija-flor se encaixar. O formato dela, o beija-flor introduz o bico aqui e fica com o pólen na cabecinha dele. A abromélia dá o alimento para o beija-flor e o beija-flor faz a reprodução da bromélia“, explica a bióloga Lívia Dorneles.
A maior parte das espécies é de insetos, uma grande variedade de abelhas, borboletas e outros invertebrados. Uma encontrada larva é de uma nova espécie de libélula, que ainda nem tem classificação. E agora se sabe que um tipo de besouro só consegue se reproduzir graças às bromélias.
Carlos Brisola Marcondes é biomédico e especialista em mosquitos. Entre as várias espécies associadas às bromélias, ele encontrou os coloridos mosquitos-borboleta. “Nós temos que saber o que eles transmitem, o que eles fazem , o horário do dia em que eles picam, todos esses detalhes. São muito diversificados“, fala.
Fonte: http://jornalhoje.globo.com/JHoje/0,19125,VJS0-3076-20070911-300867,00.html
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