Com dez anos de antecedência, o Brasil cumpriu a meta acertada com as Nações Unidas de reduzir a pobreza pela metade. Desde a década de 90, o país tem melhorado gradualmente indicadores sociais, como a mortalidade infantil e a alfabetização.
Ladivânia espera o terceiro filho. Está com dois meses de gravidez e não perde o acompanhamento pré-natal.
“É essencial porque cada consulta que você vai, o médico te fala se você tá tendo uma boa gestação, se o neném tá batendo o coraçãozinho perfeito”, diz Ladivânia.
Graças a programas de assistência como esse, na rede pública, o Brasil está conseguindo cumprir as chamadas Metas do Milênio. Em uma cúpula das Nações Unidas, 189 países fixaram oito objetivos para melhorar a vida das populações até 2015.
A mortalidade materna caiu quase 13%. Entre crianças de até cinco anos, caiu 46%. A desnutrição diminuiu: em 1999, 10% das crianças com menos de um ano eram desnutridas. No ano passado, pouco mais de 2%.
Melhora também na educação. A alfabetização na faixa entre 15 e 24 anos passou de 91% para 97%. Entre sete e 14 anos, a freqüência escolar passou de 81% para 94%.
O Brasil também superou a meta de reduzir pela metade o número de pessoas em extrema pobreza, ou seja, que vivem com R$ 1,33 por dia. Em 1992, 9,5% dos brasileiros – 13,4 milhões de pessoas - eram consideradas muito pobres. Em 2005, o índice caiu para 4,2% - 7,5 milhões de pessoas.
Especialistas atribuem essa melhora ao aumento real do salário mínimo, ao Bolsa-Família, à redução da taxa de juros e ao aumento da população em idade produtiva.
“O Brasil tem boas condições para atingir a maioria daqueles objetivos e com certeza está no bom caminho, mas também precisa de um esforço contínuo e da determinação de todos os governos, porque não é só uma questão do governo Lula, mas também dos governos que virão e da sociedade civil”, afirma Vincent Defourny, representante da Unesco no Brasil.
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