A retirada ocorre um mês antes da data prevista e inclui a maioria dos 3.700 soldados britânicos servindo no Iraque. Em Londres, o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, disse que a retirada marca o início de um novo capítulo nas relações entre os dois países.
Uma cerimônia em memória dos 179 soldados britânicos mortos durante a guerra foi realizada durante a manhã desta quinta-feira em Basra. Também foi inaugurado um memorial com os nomes dos 234 soldados britânicos e estrangeiros mortos enquanto serviam sob o comando das forças britânicas.
As forças britânicas começaram a retirada da cidade no mês passado, quando o general britânico Andy Salmon passou o comando da base a um general americano.
No início do ano, o comando do aeroporto internacional de Basra - usado como base militar britânica durante o conflito - foi passado para as autoridades iraquianas. Em dezembro de 2007, as forças britânicas devolveram às autoridades iraquianas o controle da província de Basra, que estava sob o comando britânico desde 2003.
Cerimônia
Durante a cerimônia em memória dos mortos, foram lidos em voz alta os nomes de todos os militares que perderam a vida na operação em Basra, que além dos britânicos incluiam soldados italianos, holandeses, dinamarqueses, americanos e romenos.
Ao dar início à cerimônia, o capelão do Exército padre Pascal Hanrahan disse: "Nós lembramos os nomes e reconhecemos o sacrifício final desses 234 homens e mulheres que perderam suas vidas durante a Operação Telic".
O ministro da Defesa britânico, John Hutton, que esteve presente à cerimônia, afirmou que a Grã-Bretanha deve sentir orgulho do trabalho dos soldados.
"Foi uma dura e longa campanha. Não há dúvidas sobre isso, e nós pagamos um preço muito alto", disse ele.
"Mas acho que quando for escrita a história desta campanha, vão dizer dos militares britânicos que ‘fizemos um trabalho excelente', como esperávamos que fizessem, e que deveríamos sentir orgulho do que eles fizeram aqui."
Inquérito
A presença das forças britânicas no Iraque foi limitada ao sul do país e foi questionada dentro da Grã-Bretanha desde o início, por conta dos motivos que levaram à guerra.
Nesta quinta-feira, o líder da oposição, David Cameron, pediu a realização de um inquérito sobre a guerra do Iraque, semelhante ao realizado pelo comitê Franks depois do conflito nas Malvinas.
Cameron pediu que o governo ordene uma investigação imediatamente, em vez de esperar meses.
"Há lições vitais a se aprender, e precisamos aprendê-las rapidamente e temo que a única justificativa para um atraso só pode ser política."
Entre os soldados, há uma sensação de alívio por estar finalmente terminando a missão.
Alguns estão servindo no Iraque pela quarta vez, o que fez com que, nos últimos seis anos, eles tenham passado dois anos longe de casa.
O Iraque agora está mais pacífico do que um ano atrás, mas quando as forças britânicas invadiram o país como parte da coalizão liderada pelos Estados Unidos em 2003, poucas pessoas imaginavam que as tropas ainda estariam no país seis anos depois.
Respondendo sobre a presença britânica no Iraque, o presidente do país, Jalal Talabani, disse à BBC: "Esta é uma missão de liberação. Pela primeira vez, as forças britânicas desempenharam esse papel no Iraque".
"No passado, forças britânicas vieram ocupar (o país) contra a vontade dos iraquianos. Desta vez, eles vieram liberar os iraquianos do pior tipo de ditadura."
Fonte: BBC Brasil
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