A Federação Italiana de Donas de Casa criou um curso para ensinar homens solteiros, viúvos e divorciados a fazer faxina, passar roupa e cozinhar.
As aulas vão começar no final de maio, na capital italiana, Roma. No curso, os homens aprendem a cuidar dos afazeres domésticos tão bem quanto as tradicionais donas de casa.
O curso foi lançado para atender à necessidades de homens que passaram a morar sozinhos, em virtude do
aumento do número de divórcios.
No curso, os homens recebem noções de economia doméstica para aprender a comprar respeitando o
orçamento e a economizar energia ao usar os eletrodomésticos.
Com as lições de ciência da limpeza, os "donos de casa" ganham noções de higiene, aprendem sobre os diversos tipos de sujeira e os instrumentos e acessórios mais indicados para cada situação. Os professores ensinam a diferença entre os diferentes ambientes da casa e dão informações sobre segurança doméstica, para prevenir acidentes.
"As aulas são práticas, com profissionais. Quem ensina a passar uma camisa, por exemplo, que é a coisa mais complicada para um homem, são pessoas com experiência em tinturarias", disse à BBC Brasil Lorenzo Gasparrini, secretário da Federação Italiana das Donas de Casa (Federcasalinghe, na sigla em italiano).
Mudança na família
Ele explicou que o curso foi criado pela associação em colaboração com a Federação Européia da Família, para atender a novas necessidades.
A família mudou muito nos últimos anos, na sua opinião. Há cada vez mais pessoas morando sozinhas ou famílias de nacionalidades mistas.
"O aumento de divórcios e separações também trouxe um problema que deve ser afrontado a nível social. As mulheres fazem o trabalho dos homens, é importante que um homem saiba se virar em casa sem ansiedade e sem problemas".
Segundo Gasparrini, os cursos começaram no ano passado, na região norte da Itália, e tiveram grande sucesso.
"Fizemos quatro cursos, dos quais participaram 30 pessoas de cada vez, 85% dos quais são homens. O resultado foi ótimo, há muito interesse", informou o secretário.
Cada curso dura cinco dias, com três horas de aula por dia e custa 80 euros (R$ 227). Em algumas cidades italianas, as aulas foram financiadas pelas prefeituras.
Embora sejam abertos também para as mulheres sem experiência em trabalhos domésticos, os principais interessados são mesmo os homens, sobretudo solteiros, viúvos ou divorciados.
Gasparrini disse que a procura pelo curso é grande em particular entre homens em dificuldade porque passaram a viver sozinhos ou mesmo famílias que, por causa da crise econômica, precisam mudar seu estilo de vida, rever os gastos e aprender a fazer trabalhos domésticos para economizar mais.
Economia
"Alguns têm até condições de pagar uma empregada todos os dias, para outros é uma forma de gastar menos. Se a pessoa pode ajudar a fazer algumas coisas em casa, pode economizar. Ao invés de gastar dinheiro para jantar em restaurante, ele pode fazer uma boa comida num ambiente agradável em casa mesmo", argumentou.
Ele informou que numa das aulas os alunos aprendem como arrumar a mesa com bom gosto, para ocasiões especiais e jantares à luz de velas.
Como os participantes do curso são quase sempre homens que vivem sozinhos, as aulas são aos sábados ou domingos, num local com sala de ginástica, onde aprendem exercícios para manter a forma.
"São exercícios que podem ser feitos em casa, para manter a forma durante os trabalhos domésticos", disse Gasparrini.
Depressão
Problemas psicológicos, típicos de quem se dedica aos afazeres do lar, não são exclusividade das mulheres, segundo os organizadores do curso. Por isso, no programa tem até aulas de "psicologia do trabalho doméstico", que explicam como viver bem entre o fogão e a tábua de passar roupa.
"Falamos sobre os riscos de depressão, ansiedade e solidão e da importância da auto-estima. Examinamos o papel das cores, da música e de tudo o que alimenta o bem estar dentro de uma casa e ajuda a enfrentar o trabalho com alegria", informou o secretário da federação.
Embora promova o curso para "donos de casa", o secretário da federação admitiu não ter participado deles e confessou não ter jeito para os trabalho doméstico.
"Não sou capaz de passar uma camisa e quando limpo a casa, minha companheira diz que não limpei direito", afirmou Gasparrini.
Fonte: BBC Brasil
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