segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Mulheres descobrem serem gêmeas e se reúnem após 35 anos

Elyse e Paula, gêmeas separadas por 35 anos (foto: Random House)
Elyse e Paula passaram 35 anos sem saber da existência da outra
Quem vê Elyse Schein e Paula Bernstein hoje imagina que a intimidade entre elas é resultado de uma amizade de longa data. Mas o fato é que elas são irmãs gêmeas e viveram por 35 anos sem saber da existência da outra.

Elas foram dadas à adoção para famílias separadas como parte de uma experiência nos Estados Unidos para descobrir como gêmeos idênticos reagiriam sendo criados em ambientes familiares totalmente distintos.

Nenhuma das duas famílias sabia que os bebês eram parte de um estudo ou mesmo que elas tinham irmãs gêmeas.

O projeto de pesquisa foi coordenado por um renomado psicólogo americano com a cooperação da prestigiosa agência de adoções de Nova York Louise Wise Services.

Mas somente em 2003, quando Elyse Schein contactou a agência para tentar descobrir mais detalhes sobre suas origens biológicas que a verdade começou a vir à tona.

“Eu recebi uma carta que dizia: ‘Você nasceu no dia 9 de outubro de 1968 às 12h51, a mais jovem de irmãs gêmeas’. Era inacreditável. De repente outro elemento de minha identidade foi revelado. De repente eu era gêmea”, conta.

Encontro

Fotos de Elyse e Paula adolescentes (foto: Random House)
Elyse e Paula compararam suas fotos da adolescência
Quando a agência contactou a recém-descoberta irmã-gêmea de Elyse, Paula, as duas rapidamente marcaram um encontro em um café de Nova York.

“Cada passo na direção do café parecia a coisa mais importante do mundo”, diz Paula. “Eu sentia que daquele momento em diante minha vida seria para sempre diferente.”

Quando Paula viu Elyse pela primeira vez, ela ficou satisfeita em ver que, apesar de parecidas, cada uma era única.

Elyse havia recém-retornado de Paris, onde havia passado um período trabalhando. “Ela parecia bem européia”, relata Paula. “Ela estava de óculos escuros e fumava um cigarro. Parecia super cool. Era uma versão alternativa de mim.”

“Foi um alívio, creio que para nós duas, que não éramos cópias carbono uma da outra. Apesar da forte semelhança quando comparamos nossas fotos de crianças, como adultas temos nossos estilos distintos”, diz Paula.

“Nós duas sentíamos vontade de perguntar: ‘Então, o que você fez com esse corpo, com esse DNA?` Ou então: 'O que você tem feito desde que nós dividimos um útero?’”, conta Elyse.

Livro e filme favorito

“Nós tínhamos o mesmo livro favorito e o mesmo filme favorito, Asas do Desejo”, diz Elyse.

“Era impressionante”, diz Paula. “Nos sentíamos como se estivéssemos conduzindo nosso estudo informal particular sobre a natureza versus a educação.”

Após perderem 35 anos de suas experiências compartidas, as gêmeas queriam confrontar o médico Peter Neubayer sobre o que havia ocorrido com elas, mas descobriram que haviam sido descartadas logo como objeto do estudo sobre gêmeos.

Primeiro ele se recusou a falar com elas, mas finalmente concordou em marcar um encontro: “Foi bem surreal”, diz Paula, que lembra o sentimento de sua irmã gêmea de que as duas eram “quase como ‘ratos de laboratório’ voltando para ver o grande médico”.

“Tínhamos um monte de perguntas para ele. Mas ele foi rápido em virar o jogo e parecia claro que via isso como uma oportunidade de continuar seu estudo”, conta Paula. “Ele queria ver como estávamos e nos questionar sobre nosso desenvolvimento.”

Questões

Paula e Elyse (foto: Random House)
Para irmãs, reencontro tem sido alegre, mas desafiador
Nem Paula nem Elyse sentem ter recebido respostas às questões que tinham. E os dados do estudo deverão ficar fechados até 2066.

“Uma das questões que queríamos saber era sobre a hereditariedade das doenças mentais”, diz Paula.

Como conseqüência das pesquisas que fizeram, as duas irmãs descobriram que a mãe biológica das duas passou parte de sua vida internada em um hospital psiquiátrico.

As duas também sentem que não conseguiram o que queriam de Neubauer. “Eu realmente esperava que ele assumisse responsabilidade pelo que havia feito tantos anos atrás”, diz Elyse.

“Ele se recusa a pensar na possibilidade de ter feito algo errado”, comenta Paula. “Não importa o que se diga agora, mas não podemos recuperar esses 35 anos perdidos. Somos pessoas diferentes porque crescemos separadas.”

Dificuldades

“Nós não lamentamos as vidas que vivemos, mas encontrar uma à outra e as dificuldades que enfrentamos na nossa relação mostram o absurdo e a dor de ter que conhecer uma gêmea que era essencialmente uma estranha”, diz ela.

A reunião das duas tem sido tão desafiadora quanto alegre. “Acho que para meu marido e também para meu irmão isso parecia uma ameaça”, diz Paula.

“Meu irmão e eu estávamos sempre em um mesmo nível. Éramos ambos adotados e não conhecíamos nossos irmãos biológicos. E agora, de repente, sou uma gêmea. E quem poderia ser mais próxima a uma pessoa que sua irmã gêmea?"

“O que é engraçado é que completamos algo como um círculo completo”, diz Elyse. “Éramos inicialmente gêmeas, o que era uma ligação biológica, e agora podemos dizer que adotamos uma à outra. Agora somos uma família por opção.”

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Um comentário:

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